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25 de jul. de 2011

Atentado na Noruega: contra o multiculturalismo

Não tem como não saber o que aconteceu nessa semana no até então pacato país chamado Noruega. Eis que um terrorista do próprio país, Anders Behring Breivik, matou 76 pessoas que estavam acampando em uma ilha e explodiu, no mesmo dia e quase na mesma hora, um carro-bomba na frente da sede do governo norueguês. Para saber mais clique aqui, aqui e aqui.
O assassino é contra o multiculturalismo, os muçulmanos e a diversidade racial dentro da Europa. A questão desse post é sobre o significado dessas palavras: multiculturalismo, raça, muçulmano. O que quer dizer tudo isso?
Para início de conversa, essas palavras não são fáceis de se definir. Há muitos trabalhos acadêmicos que tratam desses conceitos de diversas formas. Como o blog é para ser usado em aula, portanto não deve ser muito longo, vamos falar um pouquinho sobre isso.

  • Multiculturalismo: diversas culturas convivendo em um determinado território, pode ser um país ou só uma região mesmo. Mas o que é cultura? De maneira resumida, a forma de um grupo ver, entender e interagir no mundo. Exemplo: os descendentes de italianos do RS têm a cultura de comer polenta, falar o dialeto italiano, beber vinho, ir à missa da igreja católica, rezar bastante, ter sempre uma nona que faz comidas boas, jogar baralho, enquanto que os descendentes de alemães também do RS têm a cultura de beber cerveja, ir à missa da igreja protestante, comer carne de porco, falar o dialeto alemão, dançar ao som de bandinhas, etc. Os dois grupos, alemães e italianos, convivem no estado do RS, mas seus costumes são diferentes.
  • Raça: palavrinha que foi muito complicada ao longo da História. A ideia que muito foi defendida e é COMPLETAMENTE ULTRAPASSADA é que existiam três raças no mundo: branca, negra e amarela, cada uma com características genéticas distintas. Ou seja, era tudo uma questão de biologia, com características que eram passadas pelo sangue, uma herança genética. A raça negra era considerada preguiçosa, portanto qualquer pessoa negra era considerada inferior, preguiçoso e muitas vezes ladrão, enquanto a branca era superior e deveria guiar e mandar em todas as outras. Repetindo: completamente ultrapassada, errada e gerou muitos problemas ao longo do tempo e ainda gera, como esse maluco terrorista norueguês.
  • Muçulmano: pessoa que acredita em Alá (Deus) e segue a religião islâmica. Não é sinônimo de terrorista, nem palavrão. Assim como existem católicos, espíritas, umbandas, há muçulmanos, outra forma de acreditar em Deus e uma religião que não prega o ódio e muito menos ataques terroristas.


O norueguês é contra tudo isso, defende uma Europa para uma raça superior, que é a branca, contra a entrada de qualquer outra cultura que possa estragar essa perfeição que ele defende. Por isso ele planejou os ataques e matou tanta gente do seu próprio país. Por quê? Porque ele não aceita a diferença, não sabe conviver com pessoas com costumes diferentes. Agora me explica: não é mais fácil conviver dentro de uma região em que todos se respeitam? É necessário que todos sejam iguais, tenham as mesmas experiências, tenham a mesma cor de cabelo? Conviver com culturas diferentes é aprender outras formas de ver o mundo, é aprender a ter respeito, é ter a liberdade de estranhar alguma coisa que nunca foi vista, mas é questão de respeitar os costumes e os estranhamentos de cada um. Aprendemos mais com o próximo, quando o próximo é diferente. Continuando com o exemplo que eu dei: se os italianos que chegaram no RS direto da Itália não aprendessem com os índios (outra cultura, outro grupo, outra língua, outra religião) a comer pinhão e aipim, com certeza morreriam de fome, porque trigo e uva por aqui não tinha.


Pense nisso!

Inté!

18 de jul. de 2011

E durante a reforma da cozinha...

Eis que num belo dia no bairro da Gamboa, no centro do Rio de Janeiro, um casal resolveu reformar a casa. Até aí nada de diferente, afinal quem já não fez reformas ou um puxadinho no terreno? Mas o fato que torna essa história diferente é que se descobriram ossos humanos no terreno, bem embaixo da casa. O que teria acontecido? Assassinatos não revelados? Chacina de algum psicopata? Por que tanta gente enterrada embaixo da casa?
A questão de polícia se tornou uma questão histórica. Ali, na Gamboa, havia um cemitério de escravos recém chegados da África para o Brasil. Como as condições de navegação e transporte de escravos não eram das melhores, muitos acabavam ficando doentes em plena viagem, contraindo varíola por exemplo, e morriam logo que chegavam aqui. Criou-se um cemitério para esses “pretos novos” (nomes dos escravos recém chegados) naquela região em 1779, segundo a reportagem.
Uma das questões que podem ser destacadas dessa notícia é a questão da ocupação do espaço ao longo do tempo. O que hoje é uma simples rua com várias casas foi, há mais de cem anos, um cemitério de escravos bem perto do porto do Rio de Janeiro, onde os pretos novos chegavam. Ao longo do tempo, a população aumentou e foi preciso ocupar áreas maiores, deixando os escravos enterrados por lá e ocupando o terreno com casas e ruas. Gerações se passaram, o cemitério foi esquecido, muitas pessoas viveram nessa região e eis que, durante uma reforma, essa história vem à tona. Para felicidade geral, o casal resolveu criar o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) por conta própria, sem ajuda da prefeitura. Agora a pergunta que não quer calar é: por que a prefeitura não contribui para a formação desse memorial? Vão esquecer esse patrimônio nacional mais uma vez? Vamos precisar de outra reforma doméstica para ter resposta sobre o que fazer com o cemitério? Por quê essa falta de interesse? Várias questões a partir de uma reforma, hein...


O post surgiu dessa reportagem! E você pode saber mais aqui!

Inté!

14 de jul. de 2011

Primeiros passos

Olá!

Bem-vindos ao blog Eu Adoro História!

São meus primeiros passos nesse mundo virtual, minha pequenina contribuição nesse oceano de informações a um clique de todos. A ideia é conciliar três coisas que eu gosto: História, Internet e Ensino. Sim, sou estudante de História e futura professora interessada em boas aulas e bons alunos. A pergunta que não quer calar na cabeça de todo bom professor é a seguinte: Como dar uma boa aula? Que ferramentas eu uso com esses alunos que cada vez mais cedo entram em contato com a informática? O que fazer além do livro didático?
O blog vem nessa direção. É uma tentativa de trabalhar assuntos relacionados ao ensino de História, através de textos, imagens, vídeos, músicas ou qualquer material presente nessa web que renda uma boa aula.
Difícil? Talvez, preparar aula não é uma tarefa que se faça em cinco minutos, ainda mais quando se é iniciante como eu. Mas, como diz o ditado: “quem não arrisca, não petisca”!
Espero que dê tudo certo!

Inté!