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7 de dez. de 2011

Dom João por aqui: mudanças em relação à colônia brasileira

1807: o impasse.

A situação de Dom João em 1807 não era das melhores: se fosse contra o Napoleão Bonaparte e ficasse do lado de sua aliada Inglaterra, seria invadido pelas tropas francesas que já estavam na Espanha e perderia o trono português. O que fazer diante disso? A saída encontrada foi muito inteligente: transferir toda a Corte para a colônia mais rica da época, o Brasil. Dessa forma, o Bloqueio Continental não seria aceito, a amizade entre a Inglaterra e Portugal não seria quebrada e a Coroa Portuguesa permaneceria com a família Bragança.

Quem seria a Corte?

A Corte é formada pela família real e todos os nobres portugueses que são importantes e possuem prestígio (admiração, valor social) com Dom João. Esses nobres poderiam ser funcionários do governo, como ministros, conselheiros reais, juízes, generais militares, comerciantes poderosos, alto clero (cardeais, arcebispos), etc.

Rio de Janeiro: centro das decisões políticas e econômicas do Governo Português. 

A novidade desse episódio da vinda da Corte Portuguesa é que o Brasil não seria mais uma simples colônia que precisava esperar as ordens de Lisboa. Como o príncipe regente Dom João e toda a Corte estavam aqui no Rio de Janeiro, Lisboa deixava de ser a capital do Governo Português e passava a receber ordens que vinham do Rio de Janeiro, onde o príncipe regente estava. O aparelho burocrático (onde todas as decisões sobre as colônias e a metrópole eram tomadas) foi transferido para o Brasil e qualquer decisão importante ficava nas mãos de Dom João e seus ministros, como acontecia em Lisboa.
O Brasil ainda era uma colônia portuguesa em 1808, porém começava a ter vantagens sobre as outras e inclusive sobre Portugal. Por exemplo: antes de 1808, quem tinha algum processo judicial importante precisava viajar três meses até Portugal para tentar resolver seus problemas. Isso custava muito dinheiro e tempo. Agora com o Governo Português por aqui, era mais fácil resolver problemas administrativos ou judiciais.
Além disso, os próprios moradores ricos do Rio de Janeiro conseguiam ganhar prestígio e vantagens com Dom João por aqui, pois podiam organizar um baile para convidar todos os nobres portugueses e o príncipe, conseguindo se aproximar de Dom João e pedir favores, como um emprego na administração ou um título de nobre (conde, barão, duque, etc.). Participar de eventos da Corte era novidade dentro de uma colônia, por isso era preciso aprender os costumes dos europeus: comer de garfo e faca, aprender a etiqueta em cerimônias, ostentar jóias e roupas luxuosas, etc.
Foi preciso uma reorganização no aparelho administrativo do Governo Português para criar muitas vagas de emprego para a Corte portuguesa que veio com Dom João e ainda abrir espaço para os que aqui moravam e queriam ter uma renda do governo. Com tantas pessoas dependendo do dinheiro de Dom João, os impostos aumentaram e um banco (Banco do Brasil) precisou ser criado para conseguir pagar os gastos, gerar mais dinheiro e sustentar tanto os portugueses como os colonos.

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